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Sobre

Sobre o 9º Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria

O Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria (EBBC), é um dos principais eventos sobre Estudos Métricos da Informação ponto de vista global. É um evento tradicional, cuja primeira edição ocorreu em 2008. Deste então, o evento ocorre bianualmente de maneira ininterrupta. A edição 2024 está programada para ocorrer na Universidade de Brasília (UnB), entre os dias 23 a 26 de julho de 2024, quando celebrará o 17º aniversário desde a sua criação.

O 9º EBBC está sendo organizado pela Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e com o apoio oficial do Centre for Science and Technology Studies (CWTS) da Universidade de Leiden, um dos mais importantes centros mundiais de pesquisa sobre a temática do evento.

O evento desempenha um papel fundamental na promoção do diálogo entre pesquisadores de diversos campos interessados em métricas de informação, oferecendo um espaço interdisciplinar para a discussão de tópicos relacionados à produção, comunicação, acesso, uso e avaliação da informação em ciência, tecnologia e inovação.

As principais subáreas dos estudos métricos da informação incluem: Bibliometria, Cientometria, Webometria, Patentometria, informetria e Altmetria. Essas desempenham papéis cruciais em diversos campos, incluindo a avaliação da pesquisa científica, o desenvolvimento de políticas de ciência e tecnologia, a gestão de informações em organizações e a compreensão da dinâmica da informação na era digital. Elas contribuem para a tomada de decisões informadas e ajudam a medir e avaliar o progresso em várias áreas do conhecimento e da sociedade.

O tema central do EBBC de 2024 será “Ciência Inclusiva e Global: dados, métricas e infraestruturas”. A temática considera que a Ciência Global não é apenas aquela desenvolvida pelo norte global. Ao contrário, ela pode ser entendida como uma reação dos países periféricos à influência e domínio científicos exercidos pelas nações com maior poder econômico, geralmente localizadas no hemisfério norte. Para que a ciência seja verdadeiramente global, entendemos que ela precisa ser inclusiva, considerada em sua totalidade. 

Nesse contexto, Ciência Inclusiva e Global incluem temas transversais e interdisciplinares, que se complementam e que são intimamente conectados, sendo exemplos: Ciência Aberta, Dados Abertos, colonização científica, sub-representação científica, preconceitos na ciência, barreiras de publicação, fragilidades de avaliação e monitoramentos da ciência, coberturas das bases de dados, infraestruturas de dados alternativas para monitoramento e avaliação da ciência.

Esses temas afetam a existência de uma ciência verdadeiramente inclusiva e global. Os problemas de acesso, dificuldades de pagamento de taxas de publicação e da sub-representação das revistas não comerciais nessas bases de dados, resultam na impossibilidade de uma avaliação realista e precisa da ciência desenvolvida nos países não centrais. O cenário atual gera uma visão opaca, distorcida e subestimada da qualidade da relevância da pesquisa científica desenvolvida nesses países. Diante disso, e do fato de que as bases de dados e as revistas comerciais representam a ciência desenvolvida pelo norte global, percebe-se a manutenção das práticas coloniais de dominação e segregação científica, e de marginalização de determinados coletivos.

A construção de novas infraestruturas é crucial para facilitar o acesso e a disseminação e a avaliação do conhecimento científico global. Elas devem ser projetadas para permitir a contribuição de diferentes comunidades científicas, promovendo a diversidade de perspectivas e a inclusão de vozes historicamente marginalizadas. É fundamental que se considerem fontes de dados mais inclusivas e representativas. Isso pode envolver a melhoria e estabelecimento de bases e fontes de dados que valorizem a pesquisa científica local e regional. Portanto, é necessário haver uma transformação que busque a eliminação de barreiras econômicas, culturais e sociais, com vistas a verdadeira construção de uma ciência efetivamente global e inclusiva.